Os prefeitos que formam o G9, Grupo dos nove municípios do Alto do Vale do Taquari, estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, dia 23, em Doutor Ricardo.

Os prefeitos que formam o G9, Grupo dos nove municípios do Alto do Vale do Taquari, estiveram reunidos na manhã desta sexta-feira, dia 23, em Doutor Ricardo. O encontro, que aconteceu no Centro Administrativo Municipal, também reuniu representantes da empresa Perdigão.

Na pauta dos gestores estavam o debate sobre o atual mercado de suínos e aves, a parceria entre a empresa e os municípios, a Instrução Normativa 56 e, ainda, a necessidade da construção de cisternas para auxiliar os produtores em período de falta de água.

O representante da área de frangos da unidade de Lajeado da Perdigão, Hirã Azevedo Gomes, fez uma explanação aos gestores que abordou aspectos da situação da empresa, projetos e questões ambientais. O responsável adiantou que a Perdigão possui projetos para aumentar a capacidade de suínos e aves, porém, ele explica que isso ainda dependerá de uma avaliação de mercado e de uma projeção para os próximos meses.

Uma das preocupações da empresa é quanto à adequação dos produtores à Instrução Normativa 56, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que deverá vigorar a partir de 2012.

Ela trata dos procedimentos para registro, fiscalização e controle de estabelecimentos avícolas de reprodução e comerciais. As mudanças, com a Instrução, compreendem requisitos básicos como a posse da licença ambiental até a apresentação de um plano de gerenciamento ambiental da propriedade.

Conforme Gomes, a Instrução será um grande avanço, pois será uma carta de visita da produção brasileira no mercado externo. “Através da normativa conseguiremos ganhar mais mercado e teremos condições de vender aves fora. No entanto, a preocupação da empresa é quantos produtores conseguirão fazer essa adequação. Acredito que o prazo para cumprir é possível, mas se valer a atual regularização, que está em discussão, 30% dos produtores não conseguirão se adequar. A regulação ambiental não é uma exigência da empresa e, sim do governo, e ela deverá ser cumprida”, alerta.

Um dos pontos ressaltados, tanto pelos representantes das empresas, quanto pelos prefeitos, é a importância dos agricultores cuidarem da produção como uma empresa.

O prefeito de Nova Bréscia, Diógenes Laste, enfatizou a necessidade de uma conscientização por parte dos produtores. “Hoje, deve haver uma parceria entre empresa e produtor. Os agricultores precisam ter a consciência que é preciso se adequar às normas e trabalhar em conjunto com a empresa e não contra”, afirma.

Laste também explanou para os representantes, a necessidade da construção de cisternas, para armazenamento de água, em Nova Bréscia.

Gomes explicou que a empresa não é contra a implantação, no entanto, orientou que é necessário cuidado. “De acordo com a legislação, a água dos animais precisa ser potável, o que não acontece em muitas cisternas”, justificou.

O presidente do G9 e prefeito de Anta Gorda, Vanderlei Moresco, sugeriu a criação de um canal de comunicação entre os técnicos da Perdigão e as prefeituras e também colocou o grupo à disposição dos representantes para novas discussões. O prefeito ainda sugeriu a criação um Plano de Ação em parceria com a Perdigão para adequar os municípios de acordo com a Lei ambiental.

O consultor jurídico da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Gladimir Chiele também participou do debate. Ele tratou de aspectos da Legislação Ambiental e explicou alguns projetos disponibilizados pela entidade.

Participaram da reunião do G9, os prefeitos de Anta Gorda, Vanderlei Moresco; de Nova Bréscia, Diógenes Laste; de Doutor Ricardo, Nilton Rolante; de Relvado, Jatir Radaelli; de Coqueiro Baixo, Adélcio Sestari e de Putinga, Valdir Possebon.

Alguns Números

De acordo com dados apresentados pela Perdigão, entre 40 e 50 produtores de frango deixam de produzir ou trocam de empresa no ano. Somente no mês de outubro, nove já solicitaram o encerramento. A remuneração atual, em média, é de R$ 0,23 a R$ 0,25 por cabeça, mas dependendo da meta individual do produtor, o número pode chegar aos R$ 0,50.

Na produção de suínos, conforme o representante Felipe Luckow, a tendência é aumentar a condição de abate. Ele explica que o futuro é centralizar o abate em Lajeado.

Nos últimos dois anos, de 60 a 65 novas instalações de suínos precisaram ser construídas pela empresa, devido à saída de alguns produtores. O número, segundo Luckow, envolve novas implantações e ampliações de produções já existentes.

Data de publicação: 23/10/2009

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